A questão que observamos é a busca incansável pelo Belo, pelo que é
prazeroso. O Corpo toma a forma de expressividade de beleza e sedução dentro da
sociedade, nascendo como possibilidade de nova modalidade artística. Há o nu
artístico, o fisiculturismo e uma espécie de “culto ao corpo” refletindo uma
intensa ansiedade pela apreensão do que é belo. Mais que uma percepção, há uma
busca pela posse da beleza através do Corpo. Para a Filosofia o significado da
Palavra Estética vem do grego (aistheiké) e significa “perceptível pelos
sentidos”. Refere-se a tudo o que pode ser percebido com agradável e belo pelos
sentidos. O primeiro a utilizar este termo no sentido de Teoria do Belo e
suas manifestações através da Arte foi Alexander Baumgarten (1714-1762), em
1750. O termo referia-se à cognição por meio dos sentidos, ou seja, o conhecimento
sensível. Para Baumgarten, a estética tem exigências próprias em termos de
verdade, pois alia a sensação ao sentimento e à racionalidade. Segundo ele a
estética completa a lógica e deve dirigir a faculdade do conhecer pela
sensibilidade. A beleza estética como “ a perfeição – à medida que é observável
como fenômeno do que é chamado, em sentido amplo, gosto – é a beleza.”
O termo Estética também designa uma área específica de estudos
filosóficos, definido pelo filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) como estudo
das condições da percepção pelos sentidos. Assim como estudo e teoria do
belo, a estética constitui um campo de investigação filosófica que pretende
alcançar um tipo específico de conhecimento: aquele que se refere ao que é captado
pelos sentidos. A Estética parte da experiência sensível, da sensação, da
percepção sensível para chegar a um resultado que não apresenta a mesma clareza
e distinção da lógica e da matemática. O principal objeto de investigação
da Estética é o fenômeno artístico que se traduz na obra de arte.
1.
O que é o Belo?
Podemos
responder a essa pergunta com base em dois em dois tipos de juízo:
A. Juízo
de Fato – dizer o que as coisas são
B. Juízo
de Valor – Julgar o que as coisas são: boas, ruins, bonitas, feias, etc.
Podemos entender os juízos de valor em dois aspectos:
B.1 - Juizo Moral
B.2 - Juízo Estético
(Julgamos se algum objeto, acontecimento, pessoa ou ser é belo).
2ª Parte: Estética
2.
Onde se encontra a Beleza?
1. Visão
idealista
Platão: A Beleza é
algo que existe em si, é Objetiva. Seria uma forma ideal que subsistiria por si mesma, como um modelo no mundo
das ideias. O que percebemos no mundo sensível e achamos bonito só pode ser
considerado belo porque se assemelharia à ideia de beleza que trazemos guardada
em nossa alma.
* Platão interpreta a arte
de modo ambivalente. Por um lado ele condena a pintura e a escultura como artes
ilusórias, pois elas falsificam a imagem das verdadeiras formas da natureza;
por outro, elogia a música e a dança como exercícios de educação para a
compreensão do bem e da verdade. Para Platão, há um nexo fundamental entre o
belo, o bem e a verdade, sendo a experiência de um a condução para o
conhecimento do outro. Todavia não podemos caracterizar a constituição de uma
estética no pensamento e nem na obra de Platão, pois a questão da arte e do
belo só é colocada numa referência ao bem e a verdade, tendo como propósito não
uma investigação do fenômeno artístico, mas uma determinação do conhecimento
filosófico.
2. Visão
Materialista-Empirista
HUME (filósofo
escocês): A beleza não está propriamente nos objetos (não é algo puramente
objetivo), mas depende do gosto individual, da maneira como cada pessoa vê e
valoriza o objeto – ou seja – o juízo do que não é ou não é belo, é subjetivo.
Esse gosto estético seria, em grande parte, desenvolvido sob a influência da
cultura em que se vive.
3. KANT
CRITICA DA
FACULDADE DO JUIZO: Embora o juízo estético sobre as coisas seja uma capacidade
subjetiva, pessoal, há aspectos universais na percepção estética dos
indivíduos. Nossa estrutura sensível (os órgãos dos sentidos) e nossa
imaginação são as condições que tornam possível a percepção estética, mas essas
condições são comuns a todos os seres humanos e, nesse sentido, pode haver
certa universalidade nas avaliações estéticas.
(Kant levou em consideração a estrutura da sensibilidade humana). Kant
entendia que o juízo estético não é guiado pela razão e sim pela faculdade da
imaginação que nos proporciona prazer, o que não é nada lógico ou racional, e
sim algo subjetivo, já que se relaciona ao prazer ou desprazer individual. Para
o filósofo “todos os juízos de gosto são juízos singulares”. Kant diz também
que “belo é o que apraz universalmente sem conceito”. Isso significa que é
impossível conceituar, definir racionalmente o belo, pois “quando se julgam
objetos simplesmente segundo conceitos, toda a representação da beleza é
perdida.” Mas quando dizemos que algo é belo pretendemos que esse juízo esteja
afirmando algo que realmente pertence ao objeto ou seja, não dizemos “isto é
belo para mim, mas sim, isto é belo, esperando que os demais concordem com esse
julgamento. Portanto, esse julgamento pretende ser voz universal, pois
contem uma expectativa de que aquilo que julgamos belo, seja, de fato,
belo.
Para Kant o
Fundamento do Juízo de gosto seria a Vinculação Universal entre o
Belo e o Sentimento de prazer. E como determinados objetos despertam em grande
quantidade de pessoas o mesmo sentimento de prazer, é possível supor a
existência de certa universalidade nos juízos estéticos.
4.
HEGEL
Trabalhou
a questão da beleza numa perspectiva histórica, não considerando apenas
as condições da estrutura da sensibilidade humana. Para ele o relativo consenso
acerca de quais são as belas coisas mostra apenas que o entendimento do que é
belo depende do momento histórico e do desenvolvimento cultural. Esses dois
fatores determinariam certa visão de mundo, a partir da qual algumas coisas
seriam consideradas belas e outras não. Hegel procurou demonstrar essa tese
analisando a história da arte, da Antiguidade até o seu tempo, e demonstrando
que a noção de belo variava conforme a época e o lugar.
5. A Questão do Gosto e da Subjetividade
O Gosto não pode ser encarado
como uma preferência arbitraria da nossa subjetividade. A subjetividade em
relação ao objeto estético precisa estar mais interessada em conhecer,
entregando-se às particularidades de cada objeto, do que em preferir. Nesse
sentido, ter gosto é ter capacidade de julgamento sem preconceitos. É a própria
presença de arte que forma o gosto: torna-nos disponíveis, supera as
particularidades da subjetividade, converte o particular em universal.
6. A recepção estética
A experiência estética é a
experiência da presença tanto do objeto como do sujeito que o recebe. Nenhum
argumento racional ou conjunto de regras poderá nos convencer de que um objeto
é belo se não pudermos percebê-lo por nós mesmos, se não estivermos frente a
frente com ele. A obra de arte espera que aquele que a aprecie “jogue seu
jogo”, isto é, entre no seu mundo, de acordo com as regras ditadas pela própria
obra para que seus múltiplos sentidos possam aparecer.
A arte desafia o nosso intelecto
tanto quanto nossas capacidades perceptivas e emocionais. Quando nos expomos a
uma obra de arte podemos educar o nosso gosto, ter a sensibilidade mais aguda,
e enriquecermos emocional e intelectualmente por meio do prazer e da
compreensão que nos proporciona.
“Todas as obras de arte, e a arte
em geral, são enigmas; isso desde sempre irritou a teoria da arte (...) É
impossível explicar a broncos o que é a arte; não poderiam introduzir na sua
experiência viva a compreensão intelectual. Está neles tão sobrevalorizado o
princípio de realidade que interdiz sem mais o comportamento estético (...)
Perante o ‘Para quê tudo isso?’, perante a reprovação da sua real inutilidade,
as obras de arte emudecem total e irremediavelmente.” (Teoria Estética, Theodor Adorno)
GOSTO: discussão ou disputa?
Quem é artista em nossa
sociedade? Cultura de Reprodução –
Indústria Cultural ?
Que artes encontramos em nossa sociedade?
A arte exige formalidade? É
possível expressão artística desvinculada de academicismo?
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
IMPORTANTES:
1. Aristóteles é o primeiro pensador a escrever uma obra acerca da questão
da arte. A Poética tem como tema a origem da poesia e de seus diferentes
gêneros, principalmente a epopéia e a tragédia. Sua tese fundamental, de que a
arte imita a natureza, tornou-se um paradigma para todo o pensamento
estético ocidental. Platão e Aristóteles foram interpretados por Tomás de
Aquino em sua Suma Teológica, que afirma que o belo é um dos aspectos
fundamentais do ser, juntamente com o bem e a verdade; o que efetiva a
tripartição do estudo do ser em estética, ética e metafísica.
2. Somente no século XVIII, Baumgarten vai inaugurar oficialmente a
disciplina filosófica "estética", com a publicação de seu livro Estética
ou teoria das artes liberais, conceituando-a como "ciência do belo e
da arte".
Belo trabalho!
ResponderExcluirBacana, tenho amigos em Valença.
ResponderExcluirTrabalho silvana
ResponderExcluirMuito Bacana o texto. Poderia informar a fonte por favor? Obrigado
ResponderExcluirHá o nu artístico, o fisiculturismo... e uma espécie de “culto ao corpo”! O que podemos entender desse
ResponderExcluirfragmento do texto ?