Último capítulo da novela "A VIDA DA GENTE" (Rede Globo). O personagem Lourenço, Professor de Literatura, durante a aula, faz a seguinte explanação:
"Ninguém entra num mesmo rio pela segunda vez, pois quando isso acontece já não se é o mesmo, assim como as águas que já serão outras.
Foi um filósofo grego que viveu no século V a.C., Heráclito de Éfeso que fez essa formulação que até hoje nos fascina: o fluxo eterno das coisas; é a própria essência do mundo - apontou Heráclito. E, se ainda hoje ficamos espantados com isso é porque nos apegamos teimosamente ao que já passou, esperando, no fundo, que tudo permaneça igual.
Então, é necessário um filósofo da Antiguidade ou um escritor contemporâneo para nos fazer entender que nada é permanente, a não ser a mudança.
Olha só, eu separei aqui um trecho do "Grande Sertão", onde Guimarães Rosa fala um pouco sobre isso. Olha só que beleza: "O mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não são sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando - afinam ou desafinam, - verdade maior é o que a vida me ensinou".
Não é incrível? O filósofo flagra a fluidez e o escritor se maravilha com isso: "É o mais bonito da vida", diz Guimarães Rosa. É uma celebração do movimento, não é um lamento.
O tempo não para e isso é belo. Então, na semana que vem nós nos encontraremos aqui e eu serei outro e vocês também."
"Ninguém entra num mesmo rio pela segunda vez, pois quando isso acontece já não se é o mesmo, assim como as águas que já serão outras.
Foi um filósofo grego que viveu no século V a.C., Heráclito de Éfeso que fez essa formulação que até hoje nos fascina: o fluxo eterno das coisas; é a própria essência do mundo - apontou Heráclito. E, se ainda hoje ficamos espantados com isso é porque nos apegamos teimosamente ao que já passou, esperando, no fundo, que tudo permaneça igual.
Então, é necessário um filósofo da Antiguidade ou um escritor contemporâneo para nos fazer entender que nada é permanente, a não ser a mudança.
Olha só, eu separei aqui um trecho do "Grande Sertão", onde Guimarães Rosa fala um pouco sobre isso. Olha só que beleza: "O mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não são sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando - afinam ou desafinam, - verdade maior é o que a vida me ensinou".
Não é incrível? O filósofo flagra a fluidez e o escritor se maravilha com isso: "É o mais bonito da vida", diz Guimarães Rosa. É uma celebração do movimento, não é um lamento.
O tempo não para e isso é belo. Então, na semana que vem nós nos encontraremos aqui e eu serei outro e vocês também."
Em um outro momento, Dona Iná (a avó que todos gostariam e deveriam, por direito, ter), fez um brinde e proferiu a seguinte frase:
"Muda o amor, mudam as pessoas, muda a família, só o tempo permanece do mesmo modo... sempre passando!".
Com certeza esta novela provocou em seus telespectadores o efeito no qual Aristóteles denominou de "CATARSE", ou seja, muitas pessoas puderam se ver nos personagens da novela. Este é o efeito; onde a trama da novela dramatiza situações que fazem parte de nossa vida causando o que Aristóteles denominou de purificação dos sentimentos e das emoções transformando-nos em pessoas melhores. Esta foi uma novela com temática filosófica, uma novela que nos leva a reflexão e a um reposicionamento diante do que a vida nos oferece.
xorus
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